quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O DILEMA DO PORCO-ESPINHO

(clique na imagem para ampliá-la e ler melhor)


Embora eu não concorde com Schopenhauer o seu texto sobre o dilema do porco-espinho demonstra bem a realidade que vivemos na atualidade. Os seres humanos hoje não se amam mais, apenas se suportam e se toleram por uma necessidade egoísta e individualista.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O NASCIMENTO DA TEOLOGIA CRISTÃ


Eraldo Luis P. Gasparini

A Teologia Cristã (dito isto para diferenciá-la da islâmica, judaica e outras) surgiu no século II quando o cristianismo alcançou a elite romana, a classe alta do Império Romano. Embora alguns considerem o Apóstolo Paulo o primeiro e maior teólogo da fé cristã, principalmente por causa de sua epístola aos Romanos, outros entendem que a Teologia só começou a se formar quando a fé cristã adentrou ao mundo greco-romano e alcançou as classes mais altas. Antes desse época, a fé cristã era bem simples: crer e obedecer. Mas quando ela adentra ao mundo greco-romana e alcança as classes mais cultas, versadas nas letras e filosofias, isto muda. Não era mais necessário somente crer e obedecer, mas também entender.
Podemos demonstrar de forma simples dessa maneira:

Fé Cristã + Filosofia = Teologia

Alguns discordariam dessa fórmula simplista, mas ajuda no entendimento de como veio a surgir a teologia cristã.
Os gregos antigos diziam que todos os seres humanos eram capazes de criar beleza e virtude, sendo este o ideal da filosofia grega. A partir da vida na polis (cidade) os cidadãos gregos eram estimulados a se desenvolver física e mentalmente (mens sana in corpore sano). Com está cultura filosófica que estimulava a busca do saber, do conhecimento, os gregos gostavam de prescrutar as coisas. A Bíblia demonstra este espírito inquiridor dos gregos no livro de Atos quando da passagem do Apóstolo Paulo em Atenas:

"E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição. Então, tomando-o consigo, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas? Posto que nos trazes aos ouvidos coisas estranhas, queremos saber o que vem a ser isso. Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades" (Atos 17: 18-21).


O autor Justo Gonzalez em seu livro História Ilustrada do Cristianismo escreve o seguinte sobre Justino, o Mártir:


"Justino é, sem dúvida, o mais distinto pensador cristão dos meados do século II. Antes de tornar-se cristão, Justino tinha estudado as diversas filosofias que em sua época se ofereciam como sendo as mais acertadas e havia chegado, por fim, à conclusão de que o cristianismo era “a verdadeira filosofia". Ao se converter ao cristianismo, Justino não deixou de ser filósofo, mas se dedicou a fazer 'filosofia cristã', e boa parte dessa filosofia consistia em descobrir e explicar as relações entre o cristianismo e a sabedoria clássica".

Justino, o Mártir que viveu no século II pode ser considerado um dos primeiros teólogos, se não for o primeiro, a fazer justamente isto juntar a fé cristã com a filosofia. Tanto que é dito que ele fazia “filosofia cristã”. Essa filosofia cristã mais tarde veio a se chamar Teologia. 
O maior teólogo da patrística, o Bispo Agostinho de Hipona, Santo Agostinho, foi o que melhor fez essa junção da fé cristã. Antes de se tornar cristão, ele era neoplatonista, tendo lido muito os escritos do filósofo Plotino.
No seu livro Milagres, C. S. Lewis, num trecho em que faz uma explanação sobre o panteísmo, diz que o cristianismo incorporou o platonismo (uma filosofia grega) e o judaísmo:

"o panteísmo é de fato a inclinação natural e permanente da mente humana; (...) O platonismo, o judaísmo e o cristianismo (que incorporou ambos) provaram ser os únicos que puderam resistir-lhe".

Dessa maneira nasce a Teologia Cristã, conforme escrito por C S Lewis, de uma junção da filosofia com as Escrituras judaico-cristãs numa busca de não somente crer e obedecer a Deus, mas também de entende-Lo.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

GONZÁLEZ, Justo L. História Ilustrada do Cristianismo: a era dos mártires até a era dos sonhos frustados/ Justo L. González; tradução Hans Udo Kuchs, Key Yuasa. 2ª ed. Rev. com roteiro de leitura. São Paulo: Vida Nova, 2011.

LEWIS, C. S. Milagres. Tradução: Ana Schäffer. São Paulo: Editora Vida, 2006.




segunda-feira, 29 de outubro de 2018

FAKE NEWS

Mas até que ponto as notícias verdadeiras são verdadeiras???



A grande problemática da história é a versatilidade da interpretação dos fatos, “lógica elástica sujeita a controvérsias e contestações” já dizia o historiador Edward Thompson. O problema não é o fato em si, mas as analises e interpretações que se fazem sobre o mesmo por cada historiador.
E atualmente com a internet e as mídias sociais, qualquer um pode publicar e divulgar “sua notícia”. Porém muitas dessas notícias são falsas, são montagens de foto, são opiniões atribuídas a alguém famoso para dar autenticidade, mas que nunca disse aquilo, essas são as FAKE NEWS ou Notícias Falsas em bom português.
Porém as Fake News levantam uma questão interessante: 
- Até que ponto as notícias verdadeiras são verdadeiras???
E um grande ponto que as Fake News demonstram é que não existe uma notícia, um fato jornalístico, sem interpretação.

O problema do atual presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, é de que tudo o que ele fala e tudo o que ele faz tem uma interpretação jornalística desfavorável a sua pessoa. Logo a sua reação é dizer que a notícia é falsa, mas não é a notícia, mas sim a interpretação que se faz na notícia.
Vou dar um exemplo elaborado por mim mesmo: 
Fato: Donald Trump teve um caso com a atriz pornô Storm Daniels.
Interpretação positiva: Donald Trump mostrando virilidade e boa forma apesar da idade teve um caso com a lindíssima e sexy atriz Storm Daniels.
Interpretação negativa: Donald Trump subornou a atriz pornô Storm Daniels para que mantivesse silêncio sobre um caso que tiveram, mostrando seu total desprezo para com o sexo oposto.
Está meio tosco, eu sei! 
Mas o que quero demonstrar é que toda notícia está sujeita a interpretações, quer favoráveis quer desfavoráveis.

Um outro exemplo que poderia dar é da ficção. Nas histórias em quadrinhos, o Homem-aranha é perseguido implacavelmente pelo dono do jornal Clarim Diário, J. Jonah Jameson. Embora o homem-aranha salve vidas, impeça assaltos e prenda bandidos, todas as notícias que ele publica sobre o Homem-aranha mostra-o como uma ameaça a cidade de Nova York, sempre o ridiculariza chamando-o de “cabeça de teia”, inimigo público número um e etc.. 
Por que ele faz isso??? 
Porque na sua interpretação dos fatos, um homem mascarado é um bandido, alguém que se esconde atrás de uma mascara é porque esconde algo. E assim em todas as analises que envolvem o Homem-aranha, este é mostrado como uma pessoa má, de moral questionável.

E voltando ao Presidente dos EUA, Donald Trump, é por isso que ele diz que as notícias sobre ele são “fake news”, notícias falsas, porque a mídia norte-americana no geral veicula as notícias retratando-o como um bebezão, uma pessoa egoísta e sem noção. Mas ele entende não ser aquela pessoa retratada na notícia.

E ai temos que entender o papel das mídias, que não é só de dar notícias, mas também de formar opiniões, de mudar conceitos e valores, de influenciar. Ou seja, as mídias, os noticiários de televisão, de rádio, de jornal impresso tem uma pauta, tem uma filosofia, uma agenda política as quais elas seguem. Toda notícia relata o fato a partir de um ponto de vista. E a narrativa dessa notícia visa empurrar a opinião pública para alguma direção. Toda notícia visa um objetivo que vai além da simples informação. Toda notícia escrita por um jornalista é editada antes de ser impressa e divulgada. Infelizmente não existe notícia isenta. 
E ficam as grandes questões:
- Como é que se escrevem as notícias? Quem edita as notícias? Por que se tecem tais comentários sobre uma notícia? Qual a real intenção escondida entre as linhas de uma notícia?




quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O BRASIL, ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2018 E A NOVA ORDEM MUNDIAL


Há algum tempo tem se percebido que uma Nova Ordem Mundial tem surgido, principalmente após o começo do século XXI. Uma ordem que dá amplos poderes as minorias, desrespeitando e impondo-se a maioria. Um ativismo contra as instituições eclesiásticas, contra a religião cristã, com um novo paradigma religioso baseado num panteísmo glorificante do planeta Terra.
E o que isso tem a ver com Brasil?
O Cabo Daciolo, tipico evangélico brasileiro, discursou nessas eleições de 2018 denunciando a Nova Ordem Mundial, ainda que falando muita sandice, há alguma verdade na loucura dele. 
De fato há um mover mundial incentivado pela ONU em sua Agenda 2030 contra os valores cristãos e a própria fé cristã. Essa denúncia é feita de forma séria e investigativa por duas autoras italianas, Eugenia Roccella e Lucetta Scaraffia em seu livro Contra o Cristianismo - A ONU e União Européia como Nova Ideologia. Eugenia Rocella é jornalista, escritora e deputada no Parlamento italiano pelo Nuovo Centro Destra, enquanto que Scaraffia é professora de história contemporânea na Universidade La Sapienza de Roma.
Em linhas gerais, a Nova Ordem Mundial ou Globalismo é a ideia de que está se consolidando, em nível global, uma hegemonia cultural totalizante pautada por valores progressistas, seculares e cosmopolitas, que são usualmente identificados com a agenda sexual de minorias, pautas ambientalistas e discursos de igualdade racial e de gênero. Essa agenda globalista, impulsionada por magnatas financeiros como George Soros, Ted Turner, Fundação Rockefeller e políticos de diversos matizes de esquerda ao redor do mundo, seria construída destruindo as tradições e interesses culturais, sociais, religiosos e intelectuais do povo comum. A derrocada econômica, como vista na América pós-2008, seria a última etapa da devastação cultural imposta pela complexa rede político-econômica representada, no plano global, pelas Nações Unidas, pelos defensores dos direitos humanos e do meio ambiente e pelo estímulo desenfreado a fluxos migratórios e de refugiados.
No Brasil, as ameaças ao povo comum, ou ao “cidadão de bem”, são mais esparsas. São os haitianos, os sírios, os traficantes de drogas, os esquerdistas, as feministas. São, sobretudo, todos aqueles que supostamente atentam contra os elementos tradicionais da cultura brasileira: a fé em Deus, a crença na família e o amor à propriedade. Em larga medida, a popularidade de Jair Bolsonaro se sustenta no ataque a tudo o que pareça pertencer ao projeto globalista.
Se Jair Bolsonaro vai vencer essas eleições, eu e o restante dos brasileiros só saberemos na segunda-feira, dia 29 de outubro. Se o projeto anti-globalista de Jair Bolsonaro irá prevalecer só saberemos daqui 4 anos.
E que Deus nos ajude!

A SUBJETIVAÇÃO DO QUE É ESTUPRO

De acordo com o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis, a definição de estupro é: “Crime que consiste em constranger alguém a manter relações sexuais por meio de violência; forçamento, violação”. 
Antigamente a definição de estupro era de uma relação sexual que fora imposta pela violência, pela força, pelo constrangimento. Uma coisa necessária para se confirmar juridicamente a existência de estupro era o exame de corpo de delito. 
Contudo o termo estupro ficou relativizado pelo movimento feminista, pela ideologia no mundo ocidental. Não mais uma questão objetiva, mas subjetiva da perspectiva feminina. É estupro aquilo que a partir do ponto de vista feminino for assim considerado. Hoje qualquer relação sexual mal sucedida na qual a mulher achar, considerar, sentir que foi violada é estupro. 
O caso de Julian Assange do Wikileaks, o sexo era consensual até que a camisinha se rompeu; O caso do jogador português Cristiano Ronaldo até sair da festa, subir ao quarto e deitar nua na cama era sexo consensual, depois de uma transa mal feita virou estupro; Uma mulher na Suécia processou o ex-marido por estupro após o divórcio porque ela entendeu que as últimas relações sexuais que tiveram quando estavam se separando foram estupros. Ou seja, aquilo que a mulher achar, sentir que foi estupro é estupro, mesmo tendo havido consentimento e ocorrido 6 meses, um ano, 5 anos depois. 
A relações heterossexuais estão se tornando insuportáveis, pois a politica foi levada para a cama. Até mesmo as mulheres heterossexuais tem se sentido tolhidas do seu libido, pois os homens não as cortejam mais, tem nas tratado com certa distância. 
O movimento feminista há muito tempo deixou de ser um movimento pelos direitos iguais das mulheres, mas passou a ser uma nova forma de sexismo. Se antes havia o machismo que denigriam as mulheres, agora há o feminismo que denigre os homens tornando-os todos “estupradores em potencial”. 
Eu sei que nada do que eu escrever irá adiantar alguma coisa já que esta ideologia faz parte da Agenda 2030 da ONU, o empoderamento feminino. Mas enquanto historiador sei que a história é feita de idas e vindas, de avanços e retrocessos. 
Temos cerca de basicamente 6.000 anos de história humana registrada e na maior parte desse tempo (cerca de 99%) o governo da humanidade pertenceu ao sexo masculino. Passamos por um período tribulado filosoficamente com a quebra de paradigmas, com o relativismo, o hedonismo, o nihilismo, o individualismo. A história mostra que quando as civilizações chegaram a esse ponto, elas caíram, terminaram, vide o caso do Império Babilônico e do Império Romano. Isto que estamos contemplando, na minha modesta interpretação, é o começo do fim da civilização ocidental. Como bem prognosticou o historiador Arnold Toynbee sobre a queda do Império Soviético. De acordo com Arnold Toynbee a União Soviética não chegaria ao século XXI, pois lhe faltava religião e uma fé mais forte para sustentar sua ideologia e que a história demonstra que a fé, a crença na alma e em poderes superiores é essencial para manter coesa uma civilização. Pois a civilização ocidental não abraçou apenas o feminismo, mas também um ateísmo anticristão. Assim sem fé ou religião para mantê-la coesa, a civilização ocidental sucumbirá ante o tacão da civilização islâmica. 

O que direi então a vista dessas coisas???
- Que venha o Islã:  Allahu Akbhar.


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A FÉ PROTESTANTE NO BRASIL

Estamos disponibilizando nesta página o livro (e-book):
A FÉ PROTESTANTE NO BRASIL
Que conta de uma maneira condensada a história da presença protestante e evangélica no Brasil.
Se você já pesquisou o blog alguma vez, provavelmente deve ter visto alguns capítulos avulsos publicados aqui como: A Fé protestante no Período Colonial.
Dessa vez estamos disponibilizando o livro todo, que está mais para um opusculo, mas que servirá para ter uma noção do que é a Fé Protestante e de como ela chegou e se desenvolveu no Brasil.




↥↥↥
Clique aqui para acessar o LINK.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

MINHA VISITA A OXFORD


Eraldo Luis P. Gasparini



A Ponte dos Suspiros em Oxford City, ligando duas alas do Hertford College.



Tive a oportunidade de visitar a cidade de Oxford na Inglaterra e conhecer a cidade onde C. S. Lewis estudou, trabalhou e por fim veio a falecer.

"The Kilns" a casa onde C.S. Lewis viveu em Oxford e onde faleceu em 1963.


Oxford é uma cidade medieval, universitária e turistica da Inglaterra e fica a cerca de 90 km de Londres. O seu nome significa “Vau de bois”, a região começou a ser povoada por volta de 960 d.C. E em 1096 começou a funcionar os primeiros estabelecimentos de ensino que se tornaram séculos mais tarde na Universidade de Oxford. A cidade tem castelo, aliás as “college” (faculdades) parecem castelos com suas torres e pináculos. 
A cidade tem um ambiente religioso muito intenso que pode ser visto em seus monumentos, suas igrejas, suas catedrais, o nome das faculdades são todos baseados na tradição cristã:
- Trinity College = Faculdade da Trindade;
- Christ Church College = Faculdade Igreja de Cristo;
- Magdalen College = Faculdade Maria Madalena;
- Saint Peter’s College = Faculdade de São Pedro.

Há um monumento erguido em homenagem aos mártires da Igreja Anglicana, que foram no local queimados por aderirem à reforma anglicana, por ordem da Rainha católica Mary, em 1555.
Aliás é a cidade onde John Wesley estudou teologia no Lincoln College e onde começou o movimento metodista que deu origem a Igreja Metodista.
Toda a cidade está permeada pela fé cristã, seja nas ruas, nos monumentos, nas faculdades e até no slogan da Univeridade de Oxford. O Brasão da Univeridade de Oxford é azul com um livro aberto rodeado por três coroas com as inscrições em latim Dominus Illuminatio Mea que significa “O Senhor é a minha luz”.

Resultado de imagem para brasão de armas da universidade de oxford
Brasão da Universidade de Oxford com a inscrição em latim de "O Senhor é a minha Luz".


Tive oportunidade de conhecer o Magdalen College onde C. S. Lewis deu aula; pude ver a casa onde residiu e veio a falecer em Headington; o “pub” (uma espécie de boteco requintado) onde ele e seu irmão tomavam umas “cangibrinas” de vez em quando após sairem da igreja, aliás igreja que conheci (Holy Trinity Headington Quarry) e onde há um cemitério em que está enterrado; o outro pub “The Eagle and the Children” onde ele e seus colegas professores frequentavam, entre os quais estava J. R. R. Tolkien (autor da trilogia O Senhor dos Anéis).

O "Pub" (uma espécie de bar ou boteco) The Eagle and Child onde Lewis, Tolkien e companhia tomavam umas biritas.



Na minha singela visão percebi que um jovem ateu, como era C. S. Lewis quando foi para Oxford, não poderia conservar sua fé no ateísmo por muito tempo. Cercado por colegas professores cristãos que lhe mostraram que o “mito fala sempre a verdade”, ele sucumbiu a lógica do Cristianismo puro e simples:

- “Acabo de converter-me da crença em Deus à crença definitiva em Cristo - no cristianismo. Tentarei explicar isto em outra ocasião. Minha longa conversa noturna com Dyson e Tolkien teve muito a ver com isso” - escreveu Lewis ao amigo Arthur Greeves.

Assim diante de tão numerosa nuvem de testemunhas, ele começou a crer, “o mais deprimido e relutante converso de toda a Inglaterra” disse ele sobre si mesmo. E contudo deixou atrás de si uma grande contribuição espiritual que até hoje impulsiona, vibra e consola o coração de muitos crentes em Cristo Jesus.
Oxford mostra que num ambiente acadêmico podem conviver a fé e a razão, ciência e religião sem atritos.

Túmulo de C. S. Lewis no átrio da Igreja Holy Trinity Headington Quarry em Headington.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Aplicando o princípio Taoísta da não-ação nos relacionamentos afetivos em época de feminismo




O TAO, uma filosofia chinesa, ensina entre muitas coisas o princípio da não-ação, o “Wu Wei”, este princípio se baseia no fazer pelo não-fazer. De acordo com esse princípio a melhor maneira de enfrentar uma situação especialmente se for conflituosa é não agir. E mais do que não agir, não forçar nenhuma solução e sim deixar que flua naturalmente.
Os homens atuais vivem num momento em que o feminismo venceu e impôs o seu modo de ser no mundo, especificamente no ocidente. Esse programa já venceu e se alastrou por todo mundo ocidental: a questão do assédio sexual; a relativização do estupro (partindo de uma perspectiva subjetiva da mulher); a guarda dos filhos; etc..
Dentro dessa situação o que um homem pode fazer???
A resposta é: NADA.
Vamos passar para os apectos práticos disso.
Uma mulher está com o seu carro na rua com o pneu furado. O que você faz? NADA.
- Mas isso é uma falta de cavalheirismo! - você diria.
Exato, cavalheirismo é uma perspectiva machista: ajudar a mulher porque ela é o sexo frágil, porque ela é mulher.
Ela não precisa ser ajudada, ela alcançou sua independência, ela é capaz, não precisa de um homem para socorre-lá. Assim, então aplique o princípio da não-ação, ou seja, não faça nada.
Num encontro não leve flores, flores representam o órgão genital feminino, indicam que você a quer pelo sexo que ela pode lhe proporcionar, você a está objetificando. Então não leve flores, aplique o princípio da não-ação.
Não lhe dê o lugar na fila; não abra a porta para ela passar primeiro; não pague sozinho a conta do restaraunte. Ela é uma mulher que conquistou o seu espaço, os seu direitos, deixe fluir naturalmente.
Trate a mulher como a qualquer outro ser humano, dispense a mesma atenção, gentileza e cortesia que você dispensaria a qualquer outro ser humano, independente de sexo.
Se ela cobrar de você “cavalheirismo” lembre-a de que os tempos mudaram, que elas conquistaram direitos iguais. Deixe fluir naturalmente, não se extresse, não aja.
Se você deixar seguir o curso natural tudo se resolverá.
Porque a Natureza fez os homens com 10% a mais de massa muscular e as mulheres tem 5% a mais de tecido adiposo, isto já foi constatado pela biologia. Os homens em média tem 1,70 mt de altura e as mulheres 1,60 mt de altura. Os homens são naturalmente mais fortes que as mulheres. Ou seja, naturalmente os homens foram feitos para serem protetores e as mulheres protegidas. As mulheres dizem que são capazes de fazer tudo o que um homem é capaz de fazer e isso é certo, e digo mais, há uma coisa que somente as mulheres são capazes de fazer, nenhum homem absolutamente é capaz disso: ser MÃE. Só as mulheres tem útero, só as mulheres tem glândulas mamárias capazes de produzir leite, só elas são capazes de gestar um outro ser humano e amamentá-lo. A Natureza capacitou somente as mulheres a terem prole.
Ou seja, essa situação que vivenciamos agora é artificial, é ideológica, é cultural, com o tempo a natureza prevalecerá. Por isso se você é homem não faça nada. Deixe fluir, que a natureza seguirá seu curso.


terça-feira, 18 de setembro de 2018

O PLANO DA SALVAÇÃO

Buscando auxiliar a Igreja, estamos disponibilizando um livreto que contém a mensagem cristã da salvação de maneira condensada e ilustrada.
Clique no Link abaixo para acessar o folheto evangelístico, em formato PDF, O Plano da Salvação.  É de livre reprodução.



PLANO DA SALVAÇÃO
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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO



Eraldo Luis P. Gasparini

Talvez o que vou dizer aqui nessas linhas seja muito radical contudo estão baseadas nas palavras de Jesus que constam no evangelho de João: “O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui” (João 18:36).
O que eu quero dizer é que não sou mais brasileiro desde que me converti a Cristo e fui batizado. Deixei de ser cidadão brasileiro para ser cidadão do Reino de Deus, que tem a Jesus Cristo como rei e governante. E ainda que deva ser obediente as autoridades locais, como preconiza Romanos 13, toda vez que tais autoridades sobrepujarem o que lhes é devido, minha fidelidade é para com o Reino de Deus antes de tudo. Isto tem algumas implicações em minha vida.
O que estou fazendo aqui no Brasil, país onde resido?
Estou fazendo um arregimentamento daqueles que querem ser cidadãos do Reino de Deus. Do ponto de vista bíblico estou em território inimigo, esse “mundo jaz no maligno” (1 Jo 5:18). Esse mundo pertence ao império das trevas (parece Star Wars) e nós somos o pelotão de resgate neste mundo para aqueles que querem renunciar a ele e fazer parte do Reino de Deus, antes que venha o ataque final e destrua por completo esse império das trevas: “Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será queimada” (2 Pd 3:10).
Por mais que alguns pastores ensinem e preguem que devemos salvar o mundo, isso não acontecerá, não salvaremos o mundo. O mundo atual será completamente destruído e novos céus e nova terra surgirão. O que podemos fazer e devemos fazer é salvar o maior número possível de pessoas que nele há.
Numa perspectiva bíblica nunca conseguiremos instaurar a paz na Terra, porque os seres humanos sempre estarão em guerra. Basta pegar qualquer livro de História da humanidade para confirmar isso desde a antiguidade até os dias atuais: Guerra de Kadesh; Guerras Púnicas; Guerra do Peloponeso; Guerra dos 100 anos; Guerra dos 30 anos; Guerras Napoleônicas; 1ª Guerra Mundial; 2ª Guerra Mundial; Guerra da Coréia; Guerra do Vietnã; Guerra dos Balcãs; Guerra do Iraque. Isso citando somente as mais famosas. Todos os sistemas políticos não passam de falácias para dominar as pessoas, quer seja a democracia, a república, monarquia, parlamentarismo, comunismo, socialismo, capitalismo. Não tenho a pretensão de fazer do mundo um lugar melhor, mas farei a minha parte como cidadão do Reino de Deus em promover a paz, a justiça e a verdade.
Não sou desse mundo, não viverei para sempre nele e não quero viver 100 ou 200 anos nele, porque o meu Reino não é deste mundo. Quero que o meu Rei manifeste o seu Reino, anseio a sua vinda. Se Ele tardar em sua vinda, irei ao encontro dEle, pois a morte é certa para todos os seres humanos. Não tenho medo da morte, pois como o Apóstolo Paulo “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1:21).





quarta-feira, 15 de agosto de 2018

VIVENDO SÓ - A Solidão no século XXI



O futuro chegou! 
Na verdade essa realidade de pessoas morando sozinhas chegou a muito tempo na Europa, lá isto já é uma realidade há mais de 25 anos. Isso começou por lá no final da década de 80 do século 20.
No Brasil esta realidade começou a se formar a partir do início do século 21 e hoje (IBGE - censo de 2010) os lares de pessoas sozinhas já correspondem a 12% da população.
E não me refiro aqui a jovens que saíram de seus lares e foram morar sozinhos para estudar, mas sim a pessoas de idade com mais de 40 anos, formados, com emprego (ou, pelo menos, trabalho) e que vivem sozinhas. 
Eu sou uma dessas pessoas. Tenho mais de 45 e vivo só há pelos menos 10 anos (com um breve interregno de 10 meses). E essa é uma realidade muito comum na Europa. Quando fui visitar um casal de amigos em Portugal, eles moravam num prédio onde havia um senhor com mais de 50 anos de idade e que vivia sozinho; nas ruas de Lisboa é muito comum encontrar mulheres idosas andando com seus cachorros nas ruas ou nas praças; também é muito comum ler nas folhas de jornais lusitanos o relato de algum idoso que foi encontrado morto sozinho em seu apartamento, isto após vários dias do óbito.
Nas grandes cidades do mundo, seja São Paulo ou Londres, Rio de Janeiro ou Lisboa, uma cena muito comum é a de um idoso passeando com seu cão. Lá está o idoso tendo como única fonte de afeto e carinho um animal irracional, tendo como único companheiro para aplacar a sua solidão um cachorro. Desde 2015 no Brasil, os “pets” (animais pequenos de estimação) ultrapassaram o número de crianças num lar, ou seja, uma família tem mais cachorros ou gatos do que filhos. 
Na Suécia o percentual de pessoas morando ou vivendo sozinhas é um dos mais altos do mundo, cerca de 45% da população vive sozinha. Na maioria dos países escandinavos este percentual é bem alto. Os estudiosos apontam como fatores favoráveis a este estilo de vida, a facilidade em alugar apartamentos pequenos, a renda que permite a subsistência individual, a cultura individualista dos países ocidentais ricos.
O sistema capitalista surgiu valorizando as realizações individuais. Alguns manifestos pré-revolução francesa destacavam o direito do indivíduo. É no sistema capitalista que surge a exaltação de grandes personalidades que contribuíram com suas invenções, seu empreendedorismo. Sem a individualidade não há o empreendedorismo que permite a criação de novos produtos e a formação de novos mercados. É importante para o sistema capitalista que haja o individualismo, pois este estimula a competitividade, que estimula o lucro fim principal do capitalismo. 

Os discursos atuais estão carregados de individualismo:
- “Você deve correr atrás de seus sonhos”;
- “Você só deve prestar contas a si mesmo”;
- “Você é a pessoa mais importante que há para você mesmo”.

Há até uma quadrinha musical que reflete bem o espírito individualista atual:
“Ado, ado, ado, cada um no seu quadrado
Ema, ema, ema, cada um com os seus problemas”.


Contudo estes aparente “avanços”, criaram novos problemas como a solidão; a falta de empatia uns para com os outros; a falta de solidariedade; o aborto; os casais sem filhos; a depressão; o suicídio; os idosos morrendo sozinhos.
Não há convivência em grupo que não exija sacrifícios da individualidade. É necessário dizer não para si mesmo para se viver em um grupo, uma família. E isso fere o espírito da época atual que é baseado no individualismo.
Essa é a realidade do século XXI no ocidente; no oriente, em grande parte da Ásia e a África como um todo ainda prevalecem os laços familiares e as relações sociais de solidariedade. Assim a Igreja, o corpo de Cristo, é chamada a agir diante dessa nova realidade que surge e se tornar de fato “família de Deus” num sentido prático diante dessas pessoas que vivem só.



(Texto publicado aos 15 dias do mês de agosto do ano 2018 de Nosso Senhor Jesus Cristo). 


sexta-feira, 20 de julho de 2018

TEOLOGIA LIBERAL - O equivoco filosófico na hermenêutica bíblica



O pressuposto filosófico da teologia liberal é aristotélico e isso é importante salientar. A Teologia Liberal nasceu do desejo em transformar a Teologia Cristã em uma ciência moderna. A ciência moderna surgiu a partir de uma perspectiva aristotélica. Aristóteles acreditava que só podemos conhecer aquilo que é sensível (está ao alcance dos sentidos, do tato, da visão, da audição) e mensurável (aquilo que pode ser medido). E isso foi muito importante para o avanço da ciência. Contudo o sistema filosófico de Aristóteles é fechado, pois dentro de sua perspectiva “o que está além não lhe diz respeito”.
Ora para o pressuposto filosófico aristotélico Deus é um enigma, pois não está acessível a investigação científica, pois Ele não pode ser visto, ouvido, tocado, medido, observado. Do ponto de vista aristotélico o melhor que fazemos é ignorá-lo, “agnose”, por isso a posição agnóstica da maioria dos cientistas.
O que resta então ao Teólogo Liberal? Analisar a Bíblia ou como semiótica ou como sociologia da religião. Deus é extraído da Bíblia ficando somente as ações humanas para serem investigadas. Deus se torna um signo, um símbolo das aspirações humanas e Jesus se torna um mito, um homem que pelas suas qualidades excepcionais foi mitificado pelos seus seguidores.
Nada resta ao homem além do vazio e solitário universo material.
Isso aplicado a Teologia Cristã é uma tragédia, pois o pressuposto filosófico da teologia cristã ortodoxa, da patrística é platônico. Platão cria que existia dois mundos: um perfeito que era o mundo das ideias, que está além; o outro o mundo das sombras que é este em que vivemos aqui. Assim Platão entendia que eramos sombras de uma realidade superior que está além.
A Teologia Cristã Ortodoxa fala de duas realidades: o Céu onde Deus e os seres espirituais vivem e a Terra onde existe a matéria e vivem os seres físicos. Há uma problemática em relação a palavra Céu na língua portuguesa, na Bíblia existem dois céus (mais precisamente são três céus), um céu físico e um céu espiritual, na tradução da Bíblia em inglês isso é bem explícito pois em inglês há as palavras Sky (céu físico) e Heaven (céu espiritual) para a palavra céu.
Quais as implicações disso?
A Bíblia é um sistema platônico (filosoficamente falando). Usar um método aristotélico para compreender um sistema platônico é como querer consertar um problema na rede elétrica doméstica com uma chave de rodas ou querer ver as estrelas usando um microscópio. Usar o método aristotélico (que é o que a teologia liberal faz) na Bíblia irá incorrer numa interpretação equivocada.
Hoje a Ciência tem avançada muito especialmente na Física Quântica. Ainda que a Ciência negue, afirmando que a linguagem científica é totalmente diferente da linguagem religiosa, ambas buscam a mesma coisa no final das contas, o sentido maior da existência do homem.
E a qual conclusão ela tem chegado?
A Ciência, que é embasada em pressupostos aristotélicos, têm chegado a conclusão, baseado em dados e experiências da Física Quântica, de que certos fenômenos só podem ser explicados levando em consideração a existência de outros universos paralelos (multiverso) a este e da existência de um universo maior (hiper-universo) que contém todos eles. Ou seja, a conclusão aristotélica é de que o pressuposto platônico está CORRETO. Existe um universo aqui e agora e um hiper-universo além. 
Quem sabe talvez o mundo das ideias de Platão ou o Céu (Heaven) dos cristãos?



SISTEMA EPISCOPAL


O AUTORITARISMO, A CORRUPÇÃO E A IMPUNIDADE NO GOVERNO DA IGREJA



O pior sistema de governo eclesiástico é o Episcopal e vou explicar porquê. O governo episcopal ou governo exercido por bispos é um governo hierárquico exercido de cima para baixo, onde há um Bispo mor ou um Pastor presidente ou um “Apóstolo” que exerce o domínio sobre todos que estão abaixo de sua posição. O grande problema desse sistema é que quem está no topo da hierarquia arroga sobre si a qualidade de ser inquestionável por ser a autoridade máxima da igreja. Historicamente falando foi por causa de líderes carismáticos e autoritários que a igreja descambou para o erro e a apostasia. Sem ninguém para contestá-los eles impuseram seus desejos, suas opiniões particulares e suas vontades sobre o povo sobre a alegação de serem a autoridade máxima sobre a igreja. É historicamente comprovado que o sistema episcopal, hoje travestido de “apostólico” ou “ministério” no Brasil, tem cometido grandes atrocidades, o caso dos padres pedófilos nos EUA, onde os culpados de cometerem crimes sexuais eram simplesmente mudados de paróquias; os Bispos anglicanos com regalias sem fim na Inglaterra do século XVIII, enquanto o povo passava fome e era explorado; os pastores que levavam jovens para os fundos da igreja a fim de serem “aconselhadas”, mas que eram estrupadas e que não sofreram nenhuma punição, sendo apenas enviados para outras cidades; os “Bispos” e “Apóstolos” de certas denominações brasileiras que tem mansões em Miami e jatinho particular enquanto os membros de suas igrejas vivem na ilusão de serem prósperos. E tudo isso com o conluio, com o acobertamento dos demais líderes para que a denominação mantenha uma áurea de santidade, de idoneidade. A ganância de poder por algumas pessoas têm feito ressurgir o sistema episcopal nas igrejas evangélicas no Brasil, ainda que recebam outro nome como governo “apostólico” ou “ministério”. O que tais líderes estão fazendo é reerguer as estruturas católico romana com o nome de evangélica. Estão dando dois passos para trás. Nenhuma autoridade humana é infalível (isso vale para o Papa também). Se há uma certeza sobre todos os seres humanos é o de que eles erram, eles falham. E quando essa autoridade é um líder espiritual, é um pastor, um bispo ou um apóstolo, não podemos fazer nada só por quê é um “ungido do Senhor”, um representante de Deus, uma autoridade espiritual??? 
O livro do profeta Jeremias contém os capítulos 23 e o 34 que dizem contra os maus pastores, os falsos profetas, os maus líderes do rebanho de Deus. Ali há duras palavras contra os pastores que se apascentam a si mesmo.Já dizia o historiador britânico Lord Acton que “o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente”. Quando uma autoridade se impõe sobre os outros, sem que os outros tenham um mecanismo para se defender caso ela erre, todos sofrem prejuízo pelo erro daquela autoridade, foi o que aconteceu em I Crônicas 21, quando o Rei Davi pecou desobedecendo a Deus e todo o povo de Israel sofreu pelo erro de seu líder. Assim quando houve a Reforma Protestante, Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglo entenderam que a autoridade máxima da Igreja deveria ser a Palavra de Deus e instituíram o postulado do Sola Scriptura, bem como resgataram o princípio do Sacerdócio de Todos os Crentes, estabelecendo que todos os membros da igreja são sacerdotes e não precisam que ninguém os representem diante de Deus, a não ser o próprio Cristo. Disso também derivou o princípio de que devemos ser submissos uns aos outros (conforme Efésios 4:1). Assim sendo qualquer autoridade que pecasse, que manchasse o nome de Cristo, que induzisse a Igreja ao erro poderia ser destituída pela mesma em uma assembleia. Foi resgatado pela Reforma Protestante o princípio do líder-servidor que consta nos ensinos de Jesus em Mateus 20:25-28 e Marcos 10:42-45, ou seja, aquele que quiser ser o maior de todos seja o que serve. Tanto é assim que, por exemplo, na Inglaterra deixaram de chamar o líder da Igreja de “Priest”, que significa sacerdote, para “Minister” que significa ministro ou servo.
Todavia o povo brasileiro (e evangélico) não se livrou das amarras da tutelagem (dar a outrem o direito de dirigir e comandar sua vida). O evangélico brasileiro em vez de assumir a responsabilidade de gerir a sua vida transfere a outrem esta tarefa. Crendo, erroneamente, que está protegido e salvaguardado do julgamento final obedecendo subservientemente a um líder espiritual e que toda a responsabilidade de seus erros cairá sobre a liderança. Contudo, "Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus" (Romanos 14:12) e “Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hebreus 4:13).