sábado, 14 de junho de 2014

A CRUELDADE HUMANA  NA  HISTÓRIA

A criatividade humana é incrível, temos o avião a jato, a caneta esferográfica, o controle remoto, a televisão, os foguetes espaciais, os satélites artificiais, a pipoca de microondas e etc.. Contudo esta criatividade tem o seu lado perverso quando tratamos da morte que o ser humano inflige ao seu semelhante. Pois na história vemos que não basta ao ser humano matar o outro, mas matar de uma maneira dolorosa, sádica, perversa, cruel.
Assim a História registra a crueldade do ser humano no começo com os Assírios que empalavam seus inimigos. O empalamento consistia em atravessar a vítima com uma vara comprida pelo abdômen e içá-la deixando exposta ao público, agonizando por várias horas até a morte.  Era uma “morte exemplar”, ou seja, deixada de exemplo para que os outros vissem o que aconteceria com quem se opusesse a eles.
Os Romanos que crucificavam os rebeldes que se levantavam contra o Império. A execução mais famosa da história é de Jesus Cristo, mas os romanos praticavam a crucificação em todos os territórios ocupados por eles. Esta era uma morte cruel que expunha a vítima primeiramente a vergonha, pois ficavam sem vestes, após isto a vítima ia morrendo lentamente por asfixia, mas não uma asfixia qualquer, mas uma gerada pela própria contração muscular da vítima, essa dor podia levar horas ou dias até a morte chegar. Milhares de pessoas foram mortas desta maneira pelos romanos. Também esta era uma “morte exemplar”.
O imperador Nero durante o seu reinado culpou os cristãos do incêndio de Roma e desencadeou a primeira perseguição romana aos cristãos. Uma das formas de punição consistia em atar os cristãos em postes e os besuntar com piche e atear fogo, transformando-os em tochas para ficarem iluminando o seu jardim.
Os Romanos durante a perseguição aos cristãos, também atavam peles de carneiro nas crianças e soltavam no coliseu onde cães grandes e ferozes as dilaceravam.
Átila, rei dos Hunos, não recebeu a alcunha de “flagelo de Deus” à toa. Ele matava seus desafetos por desmembramento, que consistia em amarrar os membros, pernas e braços, a cavalos que os puxavam até que os partissem do corpo.
Na Idade Média ferviam-se os hereges em óleo fervente. Detalhe a vítima não era jogada de uma vez, mas colocada aos poucos para que pudesse ser “frita” vagarosamente. Essa era uma das inúmeras mortes por suplício. Suplício tem a sua raiz na palavra latina suplicare que significa suplicar, implorar, ou seja, a vítima suplicava pela morte para que o tormento terminasse.

Durante a 1ª Guerra Mundial a humanidade desenvolveu novas técnicas de combate e uma delas foi o emprego de agentes químicos como o gás mostarda.
O gás mostarda foi usado nas trincheiras da 1ª Guerra Mundial e matava os soldados como se fossem baratas. Em contato direto com qualquer parte da pele da vítima, de imediato, ele levantava bolhas amareladas, atacava em seguida os olhos e as vias respiratórias danificando a mucosa e causando edema pulmonar. O soldado tinha queimaduras na pele e na garganta, ficava cego e depois morria agonizando por asfixia.






A marcha dos gaseados. Tela do pintor norte-americano John Singer Sargent representando as vítimas do gás mostarda na I Guerra Mundial.






Durante a dissolução da Iugoslávia ocorreu a Guerra da Bósnia (1992-1995), nesta guerra os sérvios aprisionaram mulheres bósnias que foram estupradas inúmeras e repetidas vezes pelos soldados. Cerca de 20.000 a 40.000 mulheres foram estupradas.
O romance “O médico e o monstro” escrito por Robert Louis Stevenson conta a história de um médico que inventou uma fórmula que podia separar a parte má da parte boa de um indivíduo, este a toma para que a sua parte má venha à tona e ele possa praticar as vilezas e crueldades que estão em seu coração sem ser reconhecido. Então o proeminente e educado Doutor Jekkyll dá lugar ao ignóbil e vil Mister Hyde, o monstro.
Carl Jung em sua psicologia analítica descreve a personalidade humana dividida em duas partes: consciente e inconsciente. Por sua vez o consciente é dividido em persona e ego. E o inconsciente em sombra, anima e self. A sombra é aquela parte que inclui as tendências, desejos, memórias e experiências que são rejeitadas pelo individuo como incompatíveis com a persona e contrárias aos padrões e ideais sociais. Ele assim falava de um lado obscuro que reside em cada ser humano. Ele respondeu desta maneira a uma carta: “Toda a gente tem o seu lado obscuro que - desde que tudo corra bem - é preferível não conhecer”.  
Jesus fala em Mateus 6:22-23 que "os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!”. Ou seja, vamos refletir exteriormente aquilo que tivermos dentro de nossos corações, seja isso luz ou trevas.
Poderíamos citar inúmeros outros casos da história: os nazistas que mataram os judeus nos campos de concentração; Vlad III, Príncipe da Valáquia que serviu de inspiração ao personagem Drácula; o genocídio promovido pelo Khmer Vermelho no Camboja e etc...
O ser humano é essencialmente corrupto, com um lado obscuro e pérfido que vem a tona nos momentos oportunos que são propiciados pela história. O “ser” humano é cruel, faz parte de sua natureza ser insensível para com o sofrimento de seu semelhante, de deixar o ódio dominar o seu coração, de impor a dor ao outro por mero prazer, por isso acredito na doutrina cristã da regeneração pela graça que diz que se Deus não intervir no ser humano ele não alterará a sua natureza.