A criatividade humana é incrível,
temos o avião a jato, a caneta esferográfica, o controle remoto, a televisão, os
foguetes espaciais, os satélites artificiais, a pipoca de microondas e etc..
Contudo esta criatividade tem o seu lado perverso quando tratamos da morte que
o ser humano inflige ao seu semelhante. Pois na história vemos que não basta ao
ser humano matar o outro, mas matar de uma maneira dolorosa, sádica, perversa,
cruel.
Os Romanos que crucificavam os
rebeldes que se levantavam contra o Império. A execução mais famosa da história
é de Jesus Cristo, mas os romanos praticavam a crucificação em todos os
territórios ocupados por eles. Esta era uma morte cruel que expunha a vítima
primeiramente a vergonha, pois ficavam sem vestes, após isto a vítima ia
morrendo lentamente por asfixia, mas não uma asfixia qualquer, mas uma gerada
pela própria contração muscular da vítima, essa dor podia levar horas ou dias
até a morte chegar. Milhares de pessoas foram mortas desta maneira pelos
romanos. Também esta era uma “morte exemplar”.
O imperador Nero durante o seu
reinado culpou os cristãos do incêndio de Roma e desencadeou a primeira perseguição
romana aos cristãos. Uma das formas de punição consistia em atar os cristãos em
postes e os besuntar com piche e atear fogo, transformando-os em tochas para
ficarem iluminando o seu jardim.
Os Romanos durante a perseguição
aos cristãos, também atavam peles de carneiro nas crianças e soltavam no
coliseu onde cães grandes e ferozes as dilaceravam.
Átila, rei dos Hunos, não recebeu
a alcunha de “flagelo de Deus” à toa. Ele matava seus desafetos por desmembramento,
que consistia em amarrar os membros, pernas e braços, a cavalos que os puxavam até
que os partissem do corpo.
Na Idade Média ferviam-se os
hereges em óleo fervente. Detalhe a vítima não era jogada de uma vez, mas
colocada aos poucos para que pudesse ser “frita” vagarosamente. Essa era uma
das inúmeras mortes por suplício. Suplício tem a sua raiz na palavra latina suplicare
que significa suplicar, implorar, ou seja, a vítima suplicava pela morte para
que o tormento terminasse.
Durante a 1ª Guerra Mundial a
humanidade desenvolveu novas técnicas de combate e uma delas foi o emprego de
agentes químicos como o gás mostarda.
O gás mostarda foi usado nas
trincheiras da 1ª Guerra Mundial e matava os soldados como se fossem baratas. Em contato direto com qualquer
parte da pele da vítima, de imediato, ele levantava bolhas amareladas, atacava
em seguida os olhos e as vias respiratórias danificando a mucosa e
causando edema pulmonar. O soldado tinha queimaduras na pele e na garganta, ficava
cego e depois morria agonizando por asfixia.
A marcha dos gaseados. Tela do
pintor norte-americano John Singer Sargent representando as vítimas do gás
mostarda na I Guerra Mundial.
Durante a dissolução da Iugoslávia ocorreu a Guerra da Bósnia (1992-1995), nesta guerra os sérvios aprisionaram mulheres bósnias que foram estupradas inúmeras e repetidas vezes pelos soldados. Cerca de 20.000 a 40.000 mulheres foram estupradas.
O romance “O médico e o monstro”
escrito por Robert Louis Stevenson conta a história de um médico que inventou
uma fórmula que podia separar a parte má da parte boa de um indivíduo, este a
toma para que a sua parte má venha à tona e ele possa praticar as vilezas e
crueldades que estão em seu coração sem ser reconhecido. Então o proeminente e
educado Doutor Jekkyll dá lugar ao ignóbil e vil Mister Hyde, o monstro.
Carl Jung em sua psicologia
analítica descreve a personalidade humana dividida em duas partes: consciente e
inconsciente. Por sua vez o consciente é dividido em persona e ego. E o
inconsciente em sombra, anima e self. A sombra é aquela parte que inclui as
tendências, desejos, memórias e experiências que são rejeitadas pelo individuo
como incompatíveis com a persona e contrárias aos padrões e ideais sociais. Ele
assim falava de um lado obscuro que reside em cada ser humano. Ele respondeu
desta maneira a uma carta: “Toda a gente tem o seu lado obscuro que - desde
que tudo corra bem - é preferível não conhecer”.
Jesus fala em Mateus 6:22-23 que "os
olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo
será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio
de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas
trevas são!”. Ou seja, vamos refletir exteriormente aquilo que tivermos dentro
de nossos corações, seja isso luz ou trevas.
Poderíamos citar inúmeros outros
casos da história: os nazistas que mataram os judeus nos campos de
concentração; Vlad III, Príncipe da Valáquia
que serviu de inspiração ao personagem Drácula; o genocídio promovido pelo
Khmer Vermelho no Camboja e etc...
O ser humano é essencialmente
corrupto, com um lado obscuro e pérfido que vem a tona nos momentos oportunos
que são propiciados pela história. O “ser” humano é cruel, faz parte de sua
natureza ser insensível para com o sofrimento de seu semelhante, de deixar o
ódio dominar o seu coração, de impor a dor ao outro por mero prazer, por isso
acredito na doutrina cristã da regeneração pela graça que diz que se Deus não
intervir no ser humano ele não alterará a sua natureza.