sexta-feira, 20 de julho de 2018

SISTEMA EPISCOPAL


O AUTORITARISMO, A CORRUPÇÃO E A IMPUNIDADE NO GOVERNO DA IGREJA



O pior sistema de governo eclesiástico é o Episcopal e vou explicar porquê. O governo episcopal ou governo exercido por bispos é um governo hierárquico exercido de cima para baixo, onde há um Bispo mor ou um Pastor presidente ou um “Apóstolo” que exerce o domínio sobre todos que estão abaixo de sua posição. O grande problema desse sistema é que quem está no topo da hierarquia arroga sobre si a qualidade de ser inquestionável por ser a autoridade máxima da igreja. Historicamente falando foi por causa de líderes carismáticos e autoritários que a igreja descambou para o erro e a apostasia. Sem ninguém para contestá-los eles impuseram seus desejos, suas opiniões particulares e suas vontades sobre o povo sobre a alegação de serem a autoridade máxima sobre a igreja. É historicamente comprovado que o sistema episcopal, hoje travestido de “apostólico” ou “ministério” no Brasil, tem cometido grandes atrocidades, o caso dos padres pedófilos nos EUA, onde os culpados de cometerem crimes sexuais eram simplesmente mudados de paróquias; os Bispos anglicanos com regalias sem fim na Inglaterra do século XVIII, enquanto o povo passava fome e era explorado; os pastores que levavam jovens para os fundos da igreja a fim de serem “aconselhadas”, mas que eram estrupadas e que não sofreram nenhuma punição, sendo apenas enviados para outras cidades; os “Bispos” e “Apóstolos” de certas denominações brasileiras que tem mansões em Miami e jatinho particular enquanto os membros de suas igrejas vivem na ilusão de serem prósperos. E tudo isso com o conluio, com o acobertamento dos demais líderes para que a denominação mantenha uma áurea de santidade, de idoneidade. A ganância de poder por algumas pessoas têm feito ressurgir o sistema episcopal nas igrejas evangélicas no Brasil, ainda que recebam outro nome como governo “apostólico” ou “ministério”. O que tais líderes estão fazendo é reerguer as estruturas católico romana com o nome de evangélica. Estão dando dois passos para trás. Nenhuma autoridade humana é infalível (isso vale para o Papa também). Se há uma certeza sobre todos os seres humanos é o de que eles erram, eles falham. E quando essa autoridade é um líder espiritual, é um pastor, um bispo ou um apóstolo, não podemos fazer nada só por quê é um “ungido do Senhor”, um representante de Deus, uma autoridade espiritual??? 
O livro do profeta Jeremias contém os capítulos 23 e o 34 que dizem contra os maus pastores, os falsos profetas, os maus líderes do rebanho de Deus. Ali há duras palavras contra os pastores que se apascentam a si mesmo.Já dizia o historiador britânico Lord Acton que “o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente”. Quando uma autoridade se impõe sobre os outros, sem que os outros tenham um mecanismo para se defender caso ela erre, todos sofrem prejuízo pelo erro daquela autoridade, foi o que aconteceu em I Crônicas 21, quando o Rei Davi pecou desobedecendo a Deus e todo o povo de Israel sofreu pelo erro de seu líder. Assim quando houve a Reforma Protestante, Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglo entenderam que a autoridade máxima da Igreja deveria ser a Palavra de Deus e instituíram o postulado do Sola Scriptura, bem como resgataram o princípio do Sacerdócio de Todos os Crentes, estabelecendo que todos os membros da igreja são sacerdotes e não precisam que ninguém os representem diante de Deus, a não ser o próprio Cristo. Disso também derivou o princípio de que devemos ser submissos uns aos outros (conforme Efésios 4:1). Assim sendo qualquer autoridade que pecasse, que manchasse o nome de Cristo, que induzisse a Igreja ao erro poderia ser destituída pela mesma em uma assembleia. Foi resgatado pela Reforma Protestante o princípio do líder-servidor que consta nos ensinos de Jesus em Mateus 20:25-28 e Marcos 10:42-45, ou seja, aquele que quiser ser o maior de todos seja o que serve. Tanto é assim que, por exemplo, na Inglaterra deixaram de chamar o líder da Igreja de “Priest”, que significa sacerdote, para “Minister” que significa ministro ou servo.
Todavia o povo brasileiro (e evangélico) não se livrou das amarras da tutelagem (dar a outrem o direito de dirigir e comandar sua vida). O evangélico brasileiro em vez de assumir a responsabilidade de gerir a sua vida transfere a outrem esta tarefa. Crendo, erroneamente, que está protegido e salvaguardado do julgamento final obedecendo subservientemente a um líder espiritual e que toda a responsabilidade de seus erros cairá sobre a liderança. Contudo, "Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus" (Romanos 14:12) e “Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hebreus 4:13).