quarta-feira, 24 de abril de 2019

OS ATEUS


(Reflexões sobre o ateísmo feitas por um Cristão)




* P.S. : Se você é um ateu não perca seu tempo lendo, você com certeza não irá concordar. 😀



Eu, enquanto especialista em História das Religiões, aprendi que o ateísmo é uma forma de crença, de religiosidade. Pois, ao contrário do agnóstico que sempre duvida, quer da existência quer da não existência em Deus, o ateu tem CERTEZA de que Deus não existe. Ora, a certeza é uma convicção, é um estado de espírito caracterizado pela crença de que se está na posse da verdade. Assim sendo o ateísmo é uma espécie de fé.
O ateu pessimista acredita que Deus não existe, que o homem é um produto do acaso, a própria existência humana está fadada a extinção, que não há razão ou sentido na vida e que portanto não há o que se fazer para o mundo melhorar, como dizia o escritor português e ateu José Saramago: “Não sou pessimista, o mundo é que é péssimo”.
O ateu otimista também acredita que Deus não existe, mas o ateu otimista crê no potencial humano, crê que o ser humano pode fazer grande coisas e que para isso ele precisa se livrar da religião, pois esta cega o pensamento, a inteligência e limita o ser humano. O ateu otimista no final das contas tem fé na humanidade e na ciência. O ateu otimista crê que a humanidade através da ciência alcançará o seu pleno potencial e transformará o mundo e a própria humanidade. De uma certa maneira o ateu otimista tem aquele sentimento luciferiano (relacionado ao anjo Lúcifer) de querer ser um deus.
Por mais que se queira negar, ou que os ateus neguem, todos os seres humanos precisam de ter uma fé, uma convicção, para continuar adiante. Os seres humanos precisam ter algo que os faça levantar da cama, algo que os motive a seguir adiante, algo que seja maior do que ele mesmo, algo que seja superior a ele e dê um sentido a sua existência, ainda que seja combater a existência de Deus.
E se Deus não existe, não há porque combater a Sua existência. Combater algo que não existe é uma tarefa quixotesca (de Dom Quixote que via nos moinhos de vento gigantes a serem combatidos), é perseguir uma quimera (ser monstruoso que não existe). Não há porque combater algo que não existe, pois se algo não existe de fato, os fatos se sobreporão sobre a realidade.
Contudo…
Enfim, todos nós precisamos de algo para crer, ainda que seja crer que esse “Algo” não exista.