(Reflexões sobre o ateísmo feitas por um Cristão)
* P.S. : Se você é um ateu não perca seu tempo lendo, você com certeza não irá concordar. 😀
Eu, enquanto especialista em
História das Religiões, aprendi que o ateísmo é uma forma de
crença, de religiosidade. Pois, ao contrário do agnóstico que
sempre duvida, quer da existência quer da não existência em Deus,
o ateu tem CERTEZA de que Deus não existe. Ora, a certeza é uma
convicção, é um estado de espírito caracterizado pela crença de
que se está na posse da verdade. Assim sendo o ateísmo é uma
espécie de fé.
O ateu pessimista acredita que
Deus não existe, que o homem é um produto do acaso, a
própria existência humana está fadada a extinção,
que não há razão ou sentido na vida e que portanto não há o que
se fazer para o mundo melhorar,
como dizia o escritor português e ateu José
Saramago: “Não sou pessimista, o mundo é que é péssimo”.
O ateu otimista também
acredita que Deus não existe, mas o ateu otimista crê no potencial
humano, crê que o ser humano pode fazer grande coisas e que para
isso ele precisa se livrar da religião, pois esta cega o pensamento,
a inteligência e limita o ser humano. O ateu otimista no final das
contas tem fé na humanidade e na ciência. O ateu otimista crê que
a humanidade através da ciência alcançará o seu pleno potencial e
transformará o mundo e a própria humanidade. De uma certa maneira o
ateu otimista tem aquele sentimento luciferiano (relacionado
ao anjo Lúcifer) de
querer ser um deus.
Por mais que se queira negar,
ou que os ateus neguem, todos os seres humanos precisam de ter uma
fé, uma convicção, para continuar adiante. Os
seres humanos precisam ter algo que os faça levantar da cama, algo
que os motive a seguir adiante, algo que seja maior do que ele mesmo,
algo que seja superior a
ele e dê um sentido a sua existência, ainda que seja combater a
existência de Deus.
E se Deus não existe, não há
porque combater a Sua existência. Combater algo que não existe é
uma tarefa quixotesca (de Dom Quixote que via nos moinhos de vento
gigantes a serem combatidos), é perseguir uma quimera (ser
monstruoso que não existe).
Não há porque combater algo que não existe, pois se algo não
existe de fato, os fatos se sobreporão sobre a realidade.
Contudo…
Enfim, todos nós precisamos
de algo para crer, ainda que seja crer que esse “Algo” não
exista.