sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

ANTICRISTIANISMO - Parte II


Atualmente


Eraldo Luis P. Gasparini

Vimos na Parte I que o anticristianismo esteve presente desde o nascedouro da fé cristã, primeiro os judeus, depois os gregos, os romanos, os bárbaros até o fim da idade moderna com o movimento iluminista.

O anticristianismo atual tem seu início no século XIX com vários movimentos filosóficos, entre os quais o positivismo. O positivismo, herdeiro do iluminismo, foi uma corrente filosófica surgida na França, sua principal ideia era de que o conhecimento científico devia ser reconhecido como o único conhecimento verdadeiro. O pensamento positivista está impresso na bandeira brasileira com o lema: “ordem e progresso”. Assim qualquer conhecimento teológico ou religioso devia ser contestado e bastando ao homem a si mesmo. Dentro do campo filosófico também temos as idéias de Karl Marx que escreveu que a “religião é o ópio do povo” e Nietzche, o filósofo que matou Deus (pelo menos filosoficamente). Nietzche escreveu um livro intitulado (- quem diria?!?) “O Anticristo”, em que ataca veementemente os valores e morais cristãs.

O comunismo, uma ideologia político-econômica alicerçada em Karl Marx, também era anticristã e impulsionou várias revoluções pelo mundo, como a soviética, chinesa, cubana e etc.. Aonde o comunismo venceu as igrejas cristãs foram perseguidas e muitas foram fechadas. A Missão Portas Abertas foi fundada pelo holandês “Irmão André” em 1955 para dar apoio aos cristãos perseguidos atrás da “cortina de ferro”.

Bandas de Heavy Metal a partir dos anos de 1970 passaram a atacar a fé cristã e algumas até a cultuar Satanás em suas apresentações, entre elas se destacam o AC/DC, Ozzy Osborne, Black Sabath, a cantora Madonna, mas talvez o mais polêmico seja o roqueiro Marilyn Manson que declara categoricamente ser o próprio anticristo e lançou um álbum intitulado “Anticristo Superstar”.

Após a derrocada do Comunismo no início da década de 1990, pensou-se que acabaria a perseguição ao cristianismo e aos cristãos, na verdade ela só mudou de forma. Os movimentos sociais, especialmente o LGBT e o Feminista abraçaram o ideário anticristão. Em suas passeatas os símbolos de vertentes do cristianismo são profanados. Recentemente, no natal de 2017, uma ativista feminista do Grupo Femen tentou roubar a estátua do menino Jesus de um presépio no Vaticano.

O cientista Richard Dawkins, biólogo e professor da Universidade de Oxford se declara um ateu militante e entre seus escritos destaca-se “Deus um delírio”.

Ficou constatado pelas suas ações que a ONU (Organização das Nações Unidas) também abraçou uma política contra o Cristianismo. Essa denúncia é feita de forma séria e investigativa por duas autoras italianas, Eugenia Roccella e Lucetta Scaraffia em seu livro “Contra o Cristianismo - A ONU e União Européia como Nova Ideologia”. Eugenia Rocella é jornalista, escritora e deputada no Parlamento italiano pelo Nuovo Centro Destra, enquanto que Scaraffia é professora de história contemporânea na Universidade La Sapienza de Roma. Em linhas gerais a ONU quer colocar a Declaração do Direitos Humanos como uma espécie de religião laica para assim garantir o progresso e a paz mundial, desta maneira todas as religiões são vistas como as piores inimigas dos direitos humanos, sem exceções e sem diferenças. Dentro desta política a empresa cinematográfica aderiu a agenda ideológica da ONU e na maioria dos filmes de Holywood o cristianismo é atacado duramente. Os padres são retratados como maus, opressores, conspiradores; os pastores retratados como manipuladores gananciosos, charlatões. Em sua contrapartida religiões como a bruxaria, feitiçaria e a magia são exaltadas como as grandes defensoras secretas da humanidade.


Livro que  denúncia a política anticristã da ONU.


O Anticristianismo na atualidade está mais ativo do que nunca com a adesão de artistas, cientistas, intelectuais, políticos, magnatas da economia, organizações, movimentos sociais. A Europa é atualmente considerada pelos especialistas em religião como uma área pós-cristã. Grandes catedrais, construídas para a glória de Deus, foram transformadas em bibliotecas, museus, pistas de skate, academias de ginástica e até boates. Pela primeira vez nota-se um movimento mundial contra o cristianismo.

Será esse o prenúncio do fim do mundo, da volta de Jesus? Será o reinado do Anticristo na Terra? Será este o Apocalipse as portas? 

Não sei dizer, nem posso afirmar, porque muitos outros antes de mim anunciaram categoricamente que o fim do mundo havia chegado e erraram feio. O que posso dizer e afirmar é que estamos rumando para uma sociedade mundial que é contra os preceitos, valores e instituições cristãs, ou seja, anticristã. Mas o que posso dizer é que toda vez quando anunciam o fim do cristianismo, o fim da fé cristã sempre lembro das palavras de C. S. Lewis no seu livro Cristianismo Puro e Simples: 

“Sem dúvida, o mundo exterior pensa o contrário. Pensa que estamos morrendo de velhice. Mas não é a primeira vez que esse pensamento lhe ocorre. Já lhe ocorreu pensar que o cristianismo estava morrendo por causa das perseguições externas, da corrupção interna, da ascensão do islamismo, da ascensão das ciências físicas, do surgimento dos grandes movimentos revolucionários anticristãos. Em cada um desses casos, porém, o mundo se decepcionou”.

E assim penso eu também!