quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A RELIGIÃO “CULT”


Recentemente li o comentário de um colega propedeuta sobre a atual conjuntura da religião no Brasil, ele escreveu que ser evangélico era ser ignorante, ser católico era ser um retrógrado conservador e que ser budista era “cult”, estar na moda. Bom isso no meio acadêmico, porque entre a população o budismo representa menos de 1% da população brasileira.
O que acontece então?
Na atual conjuntura da pós-modernidade vivemos uma realidade fluída, a verdade não é tão verdadeira, a única certeza que há é a dúvida e por aí vai. No meio acadêmico com a premissa aristotélica da dúvida sistemática é difícil aceitar uma verdade definitiva, premissa essa do Cristianismo. O Cristianismo se considera A VERDADE e essa premissa é inaceitável no meio acadêmico. Assim entre os letrados se tornou moda ser budista.
Mas o budismo não é uma religião???
Sim, porém a sua doutrina pode ser adaptada a qualquer outro sistema religioso ou de  filosofia de vida, até mesmo ao ateísmo.
A essência da doutrina budista diz que a vida é sofrimento, o sofrimento vem do desejo, suprimindo o desejo desfaz-se o sofrimento. Para se desfazer o sofrimento é necessário seguir o Caminho Óctuplo, que consiste em:
1.Visão Correta
2. Pensamento Correto
3. Fala Correta
4. Ação Correta
5. Meio de Vida Correto
6. Esforço Correto
7. Atenção Correta
8. Meditação Correta
Essa doutrina pode se adaptar facilmente a qualquer sistema de crenças, tanto é assim que no sudeste da Ásia se adaptou as religiões politeístas que por lá já existiam. Buda, que nunca se declarou um deus, é tratado como uma divindade no panteão existente da região. E no mundo pós-moderno ocidental, ele oferece um sistema filosófico de vida que dispensa a necessidade de um Ser Supremo e de verdades inabaláveis.  A sua visão de mundo pode ser vista em produções cinematográficas de Holywood como Star Wars, Matrix e os filmes do gênero Kung Fu.
Assim com sua doutrina o budismo oferece um sistema de crenças conveniente às necessidades da cultura pós-moderna. É como uma jangada de certeza em um mar de dúvidas, não serve para longas jornadas, mas pelo menos flutua.