quarta-feira, 19 de outubro de 2011

LIDERANÇA FEMININA NA IGREJA PROTESTANTE


Eraldo Lui P. Gasparini

Achei por bem dar o meu parecer sobre a liderança feminina na Igreja Protestante, já que faço parte de uma Igreja Protestante Histórica, a Presbiteriana. O meu parecer trata única e exclusivamente da realidade na qual estou inserido, já que na prática as Igrejas Evangélicas pentecostais e neopentecostais já instituíram pastoras e bispas. Todavia não quer dizer que não sirva de reflexão para esses segmentos.
Primeiramente quero lembrar as palavras de Jesus no evangelho de Lucas, que o maior de todos será o menor de todos:

“Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior. Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores.
Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lucas 22:24-26).

A grande questão que envolve essa discussão é a disputa de poder. Ninguém quer ser servo, ninguém quer adotar a premissa de Jesus de servir aos outros. Todos querem mandar, querem ser “cabeça” e não cauda. Todos querem brilhar, refletindo na verdade o contexto da sociedade contemporânea que só considera importante quem tem dinheiro ou fama.
O Cristianismo proposto por Jesus é subversivo, tem a intenção de subverter a ordem da sociedade e estabelecer a igualdade. Ninguém é mais importante do que ninguém, todos são importantes. O único critério de avaliação de uma pessoa é o seu caráter alicerçado no amor. O quanto ela dá de si aos outros é o que faz dela uma pessoa importante ou não dentro do cristianismo. Eu pessoalmente sou a favor do sistema congregacional, onde a assembléia é soberana e todos têm o direito de serem ouvidos, desde o maior ao menor, do mais jovem ao mais velho, tanto homem quanto mulher.
O Cristianismo autêntico diz:

“Destarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).

A atual luta pela ocupação da mulher em cargos de liderança na Igreja Protestante nada tem a ver com o Cristianismo, mas com a luta por poder encabeçado pelo movimento feminista. O movimento feminista mudou o seu discurso e seus objetivos e não luta mais pela igualdade da mulher, mas sim pela colocação da mulher no poder transformando a sociedade de um sistema patriarcal para um matriarcal, por isso muitos especialistas tem chamado esse movimento de “FEMISTA” numa clara alusão a MACHISTA. O que se busca é a inversão de poderes, mas o SEXISMO, a proeminência de um sexo sobre o outro, continuará.
Isto destoa do discurso do Cristianismo autêntico onde o maior de todos é Jesus Cristo diante de quem todo joelho se dobrará e toda língua confessará que é o SENHOR. E isso vale para homens e mulheres.