segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O FIM DO MUNDO
Uma analise de duas vertentes históricas

 Eraldo Luis Pagani Gasparini

O fim do mundo é tema de várias culturas, há, por exemplo, o Ragnarok ou o crepúsculo dos deuses que seria o fim do mundo de acordo com os Vikings.
Porém quero olhar para o fim do mundo de acordo com duas vertentes do mundo antigo: a pagã e a cristã.
Os pagãos ao final do Império Romano acreditavam que o seu mundo estava acabando por causa das invasões bárbaras e por isso empregaram o termo carpem die que significa “aproveitem o dia”. Ou seja, o mundo está se acabando então vamos aproveitar os últimos momentos, vamos comer, beber, farrear, transar, vamos dar vazão a todos os nossos desejos porque não haverá amanhã.
- Os deuses nos abandonaram e nos entregaram a destruição pelos povos bárbaros – diria um romano pagão na época.
Há um quadro pintado em 1863 por Thomas Cole intitulado “The Course of Empire Destruction” que retrata bem isso. Nesse quadro vemos a cidade de Roma em chamas, as estátuas dos deuses destruídas, as pessoas correndo desesperadas, barcos lotados em chamas, o céu escuro.
Então se esse é o futuro que nos espera por que trabalhar, ser honesto, ser uma pessoa melhor? Era uma perspectiva pessimista do futuro.

(clique na imagem para amplia-lá)

Por outro lado temos a perspectiva cristã. Os cristãos ao final do Império Romano também acreditavam que o mundo estava acabando e por isso empregavam o termo PAROUSIA que significa “chegada ou vinda” numa alusão a segunda vinda de Cristo. O mundo está acabando porque Jesus Cristo está voltando, ele vem para trazer o juízo final e reinar sobre toda a Terra, então vamos nos purificar, vamos louvar, vamos orar, vamos nos tornar melhores para recebermos o Rei dos reis.
Há vários quadros representando a mesma cena, Jesus voltando entre as nuvens com uma legião de anjos a cercá-lo. Alguns têm pessoas louvando, outros têm anjos tocando trombetas, mas a temática é a mesma.


De acordo com as profecias bíblicas a dor cessaria, o pranto seria enxugado e o paraíso chegaria. Era uma perspectiva otimista do futuro.
Assim temos duas perspectivas do fim do mundo, a pagã e a cristã, que ainda hoje reverberam na nossa sociedade, fazendo com que as pessoas procurem ou “curtir” o mundo ou fazer dele um lugar melhor.